Guardas do Irã assediaram fisicamente inspetoras da ONU em usina enriquecimento de urânio, diz jornal

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Diplomatas ouvidos pelo jornal afirmaram que houve ao menos quatro incidentes em que os guardas fizeram contato físico inapropriado e eles deram ordens para que elas tirassem parte de suas roupas. Governo Biden anuncia abertura de negociações para voltar ao acordo nuclear com o Irã
Inspetoras da Organização das Nações Unidas (ONU) responsáveis pelo monitoramento de instalações nucleares sofreram assédio de guardas do Irã nos últimos meses, de acordo com uma reportagem publicada pelo “Wall Street Journal” na terça-feira (14).
Houve contato físico inapropriado por parte dos seguranças masculinos e eles deram ordens para que elas tirassem parte de suas roupas, de acordo com diplomatas ouvidos pelo jornal.
Segundo um dos diplomatas, foram ao menos quatro ocorrências. Um outro informante disse que foram de cinco a sete incidentes.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou em uma nota que os incidentes são inaceitáveis. “Nesses últimos meses, houve incidentes vinculados aos controles de segurança de inspetores em um estabelecimento iraniano”, disse a AIEA em um comunicado desta quarta-feira (15), sem esclarecer a natureza dos fatos.
“O órgão levou imediatamente e com firmeza este problema ao Irã”, continua o comunicado da AIEA, que afirma ter “explicado de forma clara e inequívoca que isso é inaceitável e que não deve voltar a acontecer”.
O “Irã forneceu explicações, alegando procedimentos de segurança reforçados após os fatos ocorridos em uma de suas centrais”, diz a AIEA.
Usina de enriquecimento de urânio
Os fatos ocorreram na usina de enriquecimento de urânio em Natanz, de acordo com o WSJ.
O complexo de Natanz foi afetado em 11 de abril por uma explosão, um “ato de sabotagem” atribuído a Israel.
Irã afirma que a maior central nuclear do país foi alvo de um ataque
“As medidas de segurança foram reforçadas de forma razoável. Os inspetores da AIEA se adaptaram gradualmente às novas normas”, disse o embaixador iraniano aos órgãos internacionais em Viena, Kazem Gharib Abadi, reagindo à informação da imprensa americana.
Tentativa de ressuscitar acordo nuclear
Diplomatas participam durante esta semana da reunião trimestral da Junta de Governadores da AIEA, em Viena. Devem abordar a questão do programa nuclear iraniano nesta quarta-feira.
A república islâmica exige o levantamento das sanções americanas. O país abandonou, nos últimos meses, as obrigações assumidas no acordo internacional assinado em 2015.
As negociações entre Estados Unidos e as outras potências envolvidas (Irã, Alemanha, França, Reino Unido, China e Rússia) para salvar este acordo, prejudicado pelo ex-presidente americano Donald Trump, estão atualmente em ponto morto.
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Fonte: G1 Mundo