Delegado da 3ª Delegacia de Polícia de Palmas explicou que a apuração partiu de dois boletins de ocorrência registrados contra a investigada. Ela foi indiciada por 258 atos de lavagem de dinheiro. Polícia Civil recebeu mensagem de mulher denunciados inflienciadora
Divulgação
A influenciadora de Palmas suspeita de acumular mais de R$ 7 milhões começou a ser investigada após seguidores denunciarem que caíram em golpes. Uma das denunciantes afirmou que o marido gastou todo salário com apostas no ‘jogo do tigrinho’. A suspeita, que antes era manicure, foi indiciada pelos crimes de lavagem de dinheiro e pela contravenção penal de participação em jogos de azar.
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Em entrevista ao g1, o delegado Elirio Putton Junior, da 3ª Delegacia de Polícia de Palmas, explicou que a apuração partiu de duas denúncias informando que a influenciadora ludibriou os seguidores para que apostassem nos sites que ela fazia publicidade nas redes sociais. A investigada possui mais de 1 milhão de seguidores.
Ela não teve o nome divulgado pela autoridade e o g1 não conseguiu contato com a defesa dela.
“Uma esposa que não aguentava o marido gastando todo o salário. Todo o sustento da casa ele gastava nas plataformas que ela [a influenciadora], especificamente, indicava, na expectativa deles ficarem ricos. Ela [a denunciante] falava que aquilo era golpe, mas ele não acreditava na esposa, acreditava na influenciadora e usava todo o dinheiro do sustento nas apostas que ela indicava”, explicou o delegado.
A denúncia da mulher contra duas influenciadoras, uma delas o alvo da Polícia Civil, foi feita em novembro de 2023 por meio de uma mensagem enviada para o número de denúncias da delegacia.
Um trecho da mensagem da denunciante diz: “Meu esposo está perdendo todo nosso dinheiro por culpa delas pq elas ficam ostentando uma vida fora da realidade para quem é CLT, incentivando todo dia a colocar dinheiro em plataforma [sic]”.
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Indiciada por 258 crimes de lavagem de dinheiro
Por causa das transferências identificadas nas contas bancárias e acumulação de bens em pouco tempo, a influenciadora foi indiciada pela prática de 258 crimes de lavagem de capitais, além da contravenção penal de jogos de azar.
Na apuração da Polícia Civil, a influenciadora movimentou mais de R$ 10 milhões e conseguiu acumular um patrimônio de aproximadamente R$ 7 milhões, sendo que antes tinham um renda baixa e trabalhava como manicure.
Em depoimento, a suspeita afirmou que conseguiu aumentar seus ganhos com contratos de publicidade, mas para o delegado as ações da mulher configuraram ato ilícito.
“Ela tenta justificar que a conduta não é errada, ela faz avisos nas postagens dela dizendo que menores de idade não devem jogar, que sempre existe chance de perda. Só que ela ludibria os seguidores dela dando dicas de fórmulas para aumentar suas chances, como por exemplo de entrar em determinada plataforma e apertar 20 vezes o botão de turbo e depois fazer uma sequência determinada que vai aumentar suas chances de ganho. Isso é meramente uma forma de ludibriar e a pessoa entrar e apostar dinheiro acreditando no que ela está falando”, destacou o delegado.
Polícia conclui investigação contra influenciadora do “Jogo do Tigrinho”
Ainda segundo o delegado, cada ato de lavagem de dinheiro identificado nas movimentações financeiras configura um crime.
“Pela jurisprudência e legislação atual, cada transferência realizada de modo a esconder, transferência irregular que tem por objetivo mascarar a origem desse tanto de dinheiro configura uma prática autônoma de lavagem de capital”, completou a autoridade.
Pedido de bloqueio de contas
Na conclusão do inquérito, a Polícia Civil pediu o bloqueio das redes sociais da mulher. No mês de julho a influenciadora, que soma mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais, teve os bens bloqueados no valor de aproximadamente R$ 3 milhões em contas bancárias, além da restrição de quatro automóveis avaliados em R$ 1 milhão e mais nove imóveis que valem mais de R$ 3 milhões.
Após a conclusão do inquérito o caso foi encaminhado ao Ministério Público e caso seja condenada, ela pode pegar até 40 anos de prisão.
Jogo caça-níquel Fortune Tiger, conhecido como jogo do tigrinho
Matheus Moreira
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Fonte: G1 Tocantins